24 de dezembro de 2009

Há já alguns dias que não oiço a tua voz. Incomoda-me não saber nada de ti, não te encontrar nas minhas ruas. Tenho saudades... não do teu rosto, não dos teus beijos, não do teu sexo mas de ti, de ti comigo. Por isso, escrevo sobre ti, para ti.
Escuta o meu chorar, escuta o meu coração.
Como é possível estar-se com alguém e continuar a sentir falta de ti. Não sei explicar mas, acordo, todos os dias, com a sensação de que não devia ter cedido e mesmo assim continuo a ceder. Tu querias mudar o mundo comigo e eu tive medo, desisti e deixei-me levar pela ausência, pela longa distancia que nos percorre. E, não sei como voltar atrás, não sei como te voltar a acariciar, não sei como te fazer recuar. Não quero desistir... quero sentir os meus olhos a sorrir, acordar e perder-me na enorme imensidão que vejo da tua janela
.

23 de dezembro de 2009

pedaços de céu rasgados

"não há uma forma fácil de dizer isto, por isso vou dizê-lo sem rodeios: conheci uma pessoa. foi um acidente, não estava à procura disto. uma autêntica tempestade. ela disse qualquer coisa, eu respondi. depois lembro-me de querer passar o resto da minha vida dentro daquela conversa. talvez ele seja o homem da minha vida. pelo menos é completamente louco e está sempre a fazer-me rir. (...) essa pessoa és tu. (...) não sei o que nos vai acontecer e não sei por que deves depositar alguma esperança em mim. mas... tu cheiras tão bem, como cheiram as casas, e fazes um café delicioso. isto tem de significar alguma coisa, certo?"

[Californication]

um turbilhão de emoções, rasgos de sentimentos perdidos no tempo, solidão que corrói corações perdidos, rostos sofridos cansados da indiferença...

11 de dezembro de 2009

Não vou esquecer não... não vou esquecer que quero sentir, uma última vez, o rosto do meu amor...
Triste é quando não nos compreendem, é quando nos julgam por sentir aquilo que na verdade não queremos mas, também, não conseguimos evitar. A vida passa tão rápido, vamos viver minha gente, viver cores, viver emoções, viver vultos, viver sentimentos, viver dores... mas vamos viver!
Se tu soubesses que à noite quando me deito longe de ti sinto frio, não me julgavas... não prendias as tuas mãos atrás das costas como quem se sente impotente. Se tu soubesses que fico horas à espera de imaginar o teu rosto para puder adormecer não secavas as palavras na tua boca...
Quero mais!!!
Dificilmente alguém compreende. Confesso que, até eu, às vezes, me assusto com o meu querer... Mas é este meu assustador querer que me faz caminhar por onde caminho, que me faz sorrir descaradamente, que me faz os olhos brilhar...
Meu amor, entende, apenas entende que respiro todos os dias para viver um pouco mais...

28 de novembro de 2009

PORQUE SÓ SEI FALAR DE AMOR...

FICO SEM ESCREVER QUANDO TENHO O CORAÇÃO CHEIO...
"...Passou tempo e eu não esperava que, um dia, chegasses. Mas passou tempo. Um dia, chegaste. Caminhávamos na rua. Eu pensava em qualquer coisa que não era a ideia de chegares, como uma avalanche que arrasta tudo à sua passagem, como uma multidão a pisar cada pedaço de terra. E a rua ficou deserta quando nos aproximámos. Éramos desconhecidos no instante em que olhámos um para o outro. Passou esse instante e, dentro de nós conhecemo-nos. Chegaste. Eu não te esperava. Contigo trouxeste a ternura, o desejo e, mais tarde, o medo. Chegaste e eu não conhecia essa ternura, esse desejo. Em casa, no meu quarto, neste quarto, revi os teus olhos na memória, a ternura, o desejo. E, depois, aquilo que eu sabia, o medo. E passou tempo. Eu e tu sentimos esse tempo a passar mas, quando nos encontrámos de novo, soubemos que não nos tínhamos separado..."

13 de novembro de 2009

- "Já não me lembro o quanto gosto de ti."
Finalmente ela quebra o silêncio...
As palavras há muito que não lhe saiam da boca, mas, naquela noite, precisou de gritar. Precisou de gritar para que ele entendesse que o amor também se cansa.
Houve noites em que ela acordava com saudades. Saudades do seu abraço, saudades do seu beijo, saudades do seu calor, saudades da sua intensidade, até da sua brutalidade.
Mas o amor cansou-se...
A vida é muito mais do que pequenas migalhas que vamos coleccionando, fingindo que nos completam como um pequeno puzzle.
Com as mãos sujas de sangue, ela pegou no seu coração e entregou-o...
- Não vês como está ferido? Não vês como sangra?
As mãos tremiam-lhe e todo o seu corpo tinha perdido a força, cansou-se e, sem que ele tivesse reparado, ela largou o seu coração...
E foi quando alguém o agarrou e colocou de novo no seu peito...

4 de novembro de 2009

«Quando saímos, se está a nevar e tudo se pôs branco, ficamos sós, sentimo-nos sós. Se o sol estiver a brilhar, talvez não. Mas nada garante que aquilo que o outro sente seja equivalente ao que nós próprios sentimos. Quanto à mensagem, não sei... Não há mensagem. A melhor coisa é deixar a intuição e a imaginação agirem. É verdade que eu quero dizer com força qualquer coisa difícil de formular, qualquer coisa de escondido;(...)"

28 de outubro de 2009

- E nós?
Foi a coisa mais bonita que ele lhe perguntou... mas ela não soube responder. Olhou para ele e foi como lhe sorrisse porque, na verdade, havia alturas em que os olhos dela brilhavam tanto que pareciam sorrir.
- Que o tempo seja eterno... para amarmos cada pedaço dos momentos que vivemos... Somos caminhantes a querer encontrar a felicidade, somos crianças a querer apreender...
Por um instante, apenas por um instante, ele imaginou-a a dizer: " Vamos então!" Mas, no seu íntimo mais profundo, ele sabia que seriam palavras que os lábios dela nunca prenunciariam, sabia que o tempo e a vida a tinham tornado rude e que o amor já não lhe prendia a respiração como dantes. Tinha um caminho para percorrer que não abdicaria nunca mais e era isso que ele admirava nela, a sua determinação, a sua coragem.
- E Ele?
Ele era fonte de água fresca que lhe saciava a sede, era abraço quente em noites frias de solidão, era vontade de ser apenas feliz. Tinha um olhar perdido, um rosto sereno e um sorriso terno. Tinha uma enorme coragem de chegar ao fim, de perceber que tudo tem um tempo, mesmo o próprio tempo tem tempo... Havia manhãs em que ela o observava a dormir e pensava:
"Queria que também tu fosses o meu caminho!"

21 de outubro de 2009

Cansada, ela estava muito casada!
Deslizou sobre os lençóis quentes da cama
e sonhou...
Estava sentada numa praia vazia, tinha os pés frios da areia molhada, as mãos entrelaçavam-se atrás das costas, tinha um rosto pálido, um olhar perdido... queria gritar sem abrir a boca... às vezes, quando a brisa do mar arrefecia, faltava-lhe o ar.
Como é possível?
Como é possível conseguir voar e não sair do mesmo lugar?
Como é possível sentirmo-nos sós no meu da multidão?
Como é possível sermos tão ignorantes no meio de tanto conhecimento?
Como é possível sermos tão pequeninos num mundo tão grande?

14 de outubro de 2009

Acordou eram seis da manhã. Tinha o sabor da saudade nos lábios e a vontade insaciável de ser tocada.
Acendeu um cigarro e questionou
-se sobre a intensidade dos momentos, sobre a verdadeira importância da partilha. Pensou que, tantas vezes, preferiu partilhar os momentos intensos da vida com ela própria. Poucas são as pessoas que se atravessam no nosso caminho e estão preparadas para nos compreenderem.
No início, ela ambicionava mudar o mundo, torna-lo melhor, multiplicar o amor, mas o tempo passa rápido e -la perceber que afinal, a distância, o toque suave dos corpos entrelaçados e o sabor dos beijo pelas manhãs, sempre são importantes.
Mas, depressa, veio a indiferença,
a carência de veracidade,
a falta de sensibilidade,
a ausência de intensidade,
a sua própria ausência...
O frio ficou mais quente,
O silêncio mais acolhedor,
E, por fim, ela ficou mais só...
... mas já nada importava como dantes...

11 de outubro de 2009

Quando a saudade se apaga, o que resta?
Silêncio!!!
Hoje não me apetece escrever!

6 de outubro de 2009

Estou no topo da montanha e temo a queda no vazio, sou, quase sempre, esta lutadora derrotada!
Vivo um presente no futuro e um passado no presente!
As tuas mãos quentes abraçaram-me... e o teu rosto acreditou poder salvar as minhas lágrimas. Pairei, durante algum tempo, sob um mundo desconhecido, e quis ser feliz à minha maneira...
esperei por ti,
senti a tua respiração,
abracei o teu corpo,
tentei compreender o teu sentido,
mostrei-te o sorriso do meu olhar e tu...
tu quiseste sonhar!
Nada nos faz mais genuínos do que o nosso querer, e eu quis!
Quis saber como era ser feliz sem a pressão esgotante do tempo, do amanhã, do medo, da expectativa
e descobri que...
mesmo lá do alto da montanha a queda é muito mais leve quando é partilhada...
e não, nem todas as despedidas tem que ser dolorosas,
...
o meu e o teu lugar estão guardados algures no voou suave das nuvens eternas...

5 de outubro de 2009

30 de setembro de 2009

O amor asfixia!!
... O grito, é apenas vazio...
Acordas às duas da manhã e procuras os braços quentes que, tantas vezes, descasam, durante a noite, sob a nudez do teu corpo. Sabes que já não estão lá e mesmo assim continuas a sonhar com isso. Porque continuas à procurar? Não te cansas? Nunca te cansas? Às vezes, sei que te perguntas se o passado pode voltar ao presente, se os momentos podem ser revividos, se o tempo nunca anda para frente enquanto está parado. Depois fumas um cigarro e tentas-te convencer que mereces mais do que aquilo que tens e sabes que não queres ficar ali parada, imóvel quando vierem as noites frias de Inverno. Pousas, de novo, a cabeça na almofada e só queres que seja de manhã para não te sentires gelada, pensas que o sol vai chegar e que tu nunca mais vais ter frio à noite. Queres tanto acreditar que esqueceste que consegues mesmo não sentir nada, ser fria ao ponto de desprezar. Depois dormes umas horas e achas que vai passar porque acreditas que o tempo passa rápido e que a dor desaparece. Só queres ser feliz mas achas que é pedir demasiado! Eu sei, sei que pedes que te abracem quando chove, que te beijem quando os teus lábios suam, que não te abandonem à noite...mas, acredita, que não é demasiado. Tantas vezes imploras para que não façam amor contigo...
... nem hoje, nem amanhã...

20 de setembro de 2009

"Amélie"
Queria dizer-te que tenho saudades tuas,
que sinto falta do teu toque,
que as manhãs não nos foram suficientes,
que desculpa as centena de vezes que rejeitei o teu beijo.
Estas tão longe de mim e eu aqui a sonhar contigo!
Foi bom demais, não foi?
As brigas, os beijos,
os copos, as línguas entrelaçadas,
as noitadas, os corpos agarrados...
E, às vezes, tenho saudades de me sentir assim...
Imagino o teu rosto delicado sobe o quente de uma almofada.

13 de setembro de 2009

Será que vale a pena?
Não deveria o amor fazer-nos sorrir em vez de chorar?
Não deveríamos querer sair da gaiola e sermos livres? É solidão, meus senhores... É apenas solidão que o meu coração transporta... E tenho medo... Tenho tanto medo da minha loucura, da minha incerteza, da minha solidão...
Será que vale a pena?
Será que esgotamos o tempo e perdemos a intensidade?
Meus senhores, não deveríamos querer experimentar novos ritmos, conhecer novos sorrisos, saborear novos paladares, sentir novos aromas, voar pelo mundo fora?
Que medo temos do desconhecido!!!
Ficamos presos e vamos morrendo aos poucos, deixamos de acreditar nos sonhos e acomodamo-nos, ficamos sós e choramos...
Será que vale a pena?

10 de setembro de 2009

PENSO TANTAS VEZES QUE FINALMENTE CHEGUEI ,
FECHO OS OLHOS E ...
PASSOU UM ANO!!
MAIS FUNDO, NÃO, POR FAVOR,
QUERO MORRER,
SIM, LÁ!!!
LÁ, ONDE AS PESSOAS DANÇAM,
LÁ, ONDE AS PESSOAS SORRIEM,
LÁ , ONDE HÁ PESSOAS FELIZES COM LÁGRIMAS.
LEVAS-ME ÀS ESTRELAS QUANDO CHEGARES AO CÉU?

3 de setembro de 2009

"Fosses tu deus, seria eu santo
alimentado a areia e gafanhotos,
sem cessar meditando o único nome
que o horizonte deserto não contém.
Sonho que acordo dentro do meu sonho
para o saber mais certo e mais real;
como o místico leio nas entranhas
da ausência a tua sombra desenhada.
E no entanto és gente, sangue e terra,
corpo vulgar crescendo para a morte;
incerto no que fazes, no que sentes,
e cioso do tempo que me dás.
Porque sei que me esqueces é que lembro
Cada instante o que perco e não vem mais."

31 de agosto de 2009

O SONHO ACABOU,
O LEVE SOPRO DO VENTO LEVOU-O.
DOIS PERDIDOS NO MUNDO,
ROSTOS DORIDOS,
ALMAS CANSADAS,
CORAÇÕES DISTANTES,
OLHOS QUE QUEREM PARTILHAR O QUE VÊM,
MÃOS QUE QUEREM SENTIR O QUE TOCO.
SEMPRE O MESMO CHEIRO.
O MEU AMOR É LIVRE,
MAS NÃO QUERO BOCADOS,
PREFIRO O ETERNO ADEUS....

18 de agosto de 2009

Ainda não tinha escrito nada sobre ti... Sei que esperava que fosses uma coisa que não és, sei que esperava encontrar em ti a tranquilidade que há muito procuro, sei que esperava ver em ti campos verdes, sei que esperava cheirar em ti a brisa da erva fresca, mas não encontrei nada disto. E choro cada vez que me apercebo como sou cruel contigo e como me deste uma oportunidade que não estou a conseguir valorizar. Desculpa! Mas sinto-me sozinha, mesmo sabendo que estás comigo! E sim, é verdade, traí-te porque me apaixonei... Queria puder acreditar que não te vou deixar partir, mas não consigo, temo por ti e por mim, e suplico-te para que me agarres com toda a força que tens. Quero conseguir amar-te, como outrora já amei!!! Sei que entre nós as eternas dúvidas permaneceram:
- Que tem ele de especial?
- Porque não me apaixonei por ti?
- Porque me continuo a sentir sozinha quando estás a meu lado?
- Se vou ter força suficiente para ficar contigo?
- Se sonho em ficar contigo para sempre?
Não sei! Sei que conto contigo para alcançar o meu sonho.
Que sentimento poderá haver mais puro do que este que tenho por ti?
És grande!!
E eu?
Eu sou menina pequenina perdida no mundo dos sonhos...

6 de agosto de 2009

"Subitamente a queda no comodismo, o mundo quer ser distraído mas nós temos é que o perturbar!! Estás a ouvir? Perturbar!!"
"Odiamos o mundo e vivemos nele; dizemos que não precisamos das pessoas, mas não é verdade; queremos ficar sós e batem-nos à porta, e no fundo basta o mais breve de todos os instantes e estamos mortos.
Mas nós somos mais fortes que tudo isso, não é assim??!!
Descobrir uma direcção conducente a um fim incontestavelmente inacessível. Isso acabava por não ter importância porque só a própria luta e não o fim, nos impede de nos afundarmos. A verdade é que a noção de nos afundarmos existe mesmo que não possua nenhum significado concreto. Afundarmo-nos é vivermos inconscientes e morrermos felizes sem termos lutado por um fim absurdo, afundarmo-nos é morrermos calmamente e em paz sem termos oposto uma resistência absurda ao enorme absurdo do mundo, afundarmo-nos é gritarmos, serei fiel à minha sede, mas infiel a tudo o resto, ou serei fiel à minha fome, mas infiel a tudo o resto, ou serei fiel ao meu sexo, mas infiel a tudo o resto, ou serei fiel à minha obediência, mas infiel a tudo o resto, ou serei fiel à minha paralisia, mas infiel a tudo o resto, ou serei fiel ao meu desejo, mas infiel a tudo o resto, ou serei fiel ao meu desgosto, mas infiel a tudo o resto, ou por fim, serei fiel ao meu medo, mas infiel a tudo o resto. Não, a única possibilidade é dizer, serei fiel à minha direcção e fiel a tudo o que se encontra nela, o meu medo, a minha fome, a minha sede, o meu desespero, o meu desgosto, a minha paralisia, o meu sexo, o meu ódio, a minha alegria, a minha inocência, a minha morte. Sim, no interior da minha direcção, serei tão fiel à minha morte que, sem um arrepio mas com uma gratidão enorme pelo facto de ter vivido, serei capaz de caminhar pela praia e lentamente entrar na água..."
Que há dias em que até as ruas são estranhas,
Que há dias em que apetece caminhar sozinha,
Que há dias que apetece chorar só porque sim,
Que há dias que não apetece abrir os olhos,
Que há dias que simplesmente o sol não brilha.
Se quero desistir?
Se quero recuar?
Se quero não viver?
Se quero cair e magoar-me?
Se quero simplesmente estar sozinha?
Que me perdoem por dançar na escuridão dos fantasmas do passado...

27 de julho de 2009

Acordo?

Lá no cimo da montanha, o céu é azul e o sol brilha!

Imagino, muitas vezes, o teu rosto,

Sinto, muitas vezes, o teu toque,

Desenho, muitas vezes, as formas do teu corpo,

Ouço, muitas vezes, o teu sussurro ao meu ouvido,

Penso dez mil vezes ao dia em ti,

És lindo, sabias?

Sorrio antes de sair de casa…

A montanha, o cimo da montanha,

E tudo tão longe, tão distante,

E o vento, o vento é tão forte,

Quero voltar para trás,

Tenho frio, tenho tanto frio,

Abraças-me?

E por fim, estou quente…

As horas gastas a fazer amor,

As palavras ditas nas ruas da vida,

As zangas nas horas vagas,

As mãos agarradas, entrelaçadas no nada,

As bocas enroladas, molhadas num tempo perdido,

Será suficiente?

Quero mais...

16 de julho de 2009

No meu mundo, eu sou assim...
sou quente,
sou pequena,
sou frágil,
sou intensa,
sou agonia e conforto,
sou minutos e segundos ao mesmo tempo!
Quero ir assim... de sapatos vermelhos,
quero ir de lenço preto a cobrir-me os ombros!

6 de julho de 2009

antes de lá chegar...
vou-me embora...
se vai doer?
se é cedo?
se estou cansada?
se ainda sinto?
se choro quando estou sozinha?
se é tarde em meus olhos?
se é cedo em ti?
que posso fazer?
fodasse, que posso fazer?
que se foda a garra com que agarramos a vida,
que se foda os apertos que sentimos no coração,
que se foda as horas gastas a fazer amor,
que foda a puta da dor que faz doer tanto,
que se foda o tempo de sorrir...

23 de junho de 2009

Se há mãos que se agarram na escuridão,
há bocas que se entrelaçam no amanhecer,
Se há corpos despidos que se deitam sobre solo,
há olhares felizes que se cruzam na rua.

Agora sei que, naquela noite quente de verão, o céu sorria e as estrelas brilhavam...

Se os momentos não são a vida então o que serão?

Deverei ter medo e fugir?

Serei eu o espaço que me rodeia ou será o espaço que me rodeia o meu verdadeiro eu?
E depois?
Virá o teu corpo ao encontro do meu?
Virá a tua boca saciar a minha sede?
E agora?
Perdida no labirinto,
a menina pequenina,
sorri...
"Fecha-me os olhos e eu poderei ver-te.
Tapa-me os ouvidos e eu poderei ouvir-te.
Mesmo sem pés poderei alcançar-te.
Mesmo sem boca poderei chamar-te.
Corta-me os braços, adorar-te-ei com o coração e com as mãos.
Trespassa-me o coração, latejará o meu cérebro.
E se incendiares o meu cérebro, mesmo assim levar-te-ei no meu sangue..."

17 de junho de 2009

Se as palavras fossem sons,
Se o tempo fosse eterno,
Se o mar fosse azul esmeralda,
Se o Alentejo fosse só campos verdes,
Eu rasgaria o mundo com o meu sorriso!!!!

9 de junho de 2009

Um desejo insaciável de viver de olhos cerrados e só sentir... apenas sentir...

Se quero ir?

Se vou sentir saudades?

Se volto?

Se fujo?

Se vou ser feliz?

Não sei... não quero saber... quero sentir...

deixem-me sentir... só um pouco... apenas um pouco ...

3 de junho de 2009

E porque há noites em que o sono não vem...

Fico acordada...

Encostada às paredes frias da casa...

A caminhar pela escuridão da noite...

A pairar sobre o silêncio do tempo...

Abraço o meu próprio corpo...

Fecho os olhos e choro...

Às vezes, sinto-me sozinha...

2 de junho de 2009

Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
O antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!
Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus segredos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?
Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
(...)

24 de maio de 2009

Perceber que os dias passam devagar,

entender que os dias são longos,

compreender que no Alentejo tudo é mais calmo...

O tempo flui... sou livre... vivo intensamente... vivo calmamente... vivo sem pensar em quem quer que seja... vivo a pensar em mim... vivo, não sobrevivo!!!!

Que a cidade me traz angústia... que me apressa... que me consome... que me desgasta... que me faz sentir o que não quero... que me faz fazer o que não sinto...

Longe, vivo bem longe... vivo na terra do nunca... por isso abarca-me... abarca-me agora meu Alentejo...

20 de maio de 2009

Para onde foi todo o calor do mundo?

Onde ficaram os beijos intensos,

as saudades,

as ansiedades,

os medos,

os riscos,

os domingos?...

Para onde foram os corpos entrelaçados,

as mãos apertadas,

os olhos fechados,

os suspiros,
os gemidos?...

É tarde em mim... e cedo em ti... acordamos, um dia, sob o silêncio das estrelas e julgamos ser eternos no coração daqueles que saram as nossas feridas... e a culpa é das estrelas, por isso vou para o Alentejo... porque lá o céu tem mais estrelas...

18 de maio de 2009

Alentejo...

Gosto de estar assim... sim... assim...

Em silêncio...

Ouvir apenas o vento...

Fechar os olhos e ver campos verdes...

Ai que saudade!!

12 de maio de 2009

Apago... Apago todas as memórias de ti... não quero recorrer à minha imaginação...

Ando cansada, cansada de deambular e não encontrar quem me siga...

Quero mais... quero muito mais do que aquilo que deveria querer...

Quero fugir daqui, fugir de mim, fugir de ti... fugir de qualquer espécie de ternura...

E questiono-me... questiono-me mil vezes, questiono-me cem mil vezes onde andará a minha vontade de estar parada, quieta, imóvel... em silêncio...
Os pensamentos dão mil e uma voltas e não encontro explicação para o facto que estar penetrantemente concentrada nos momentos que vou vivendo, todos os dias, sem direcção....

Não sei como me perdi de novo mas sei que não me encontro...

7 de maio de 2009

É preciso pairar sobre as virtudes da vida, é preciso aquecer a alma, é preciso arrefecer o coração, é preciso traçar destinos, é preciso alcançar metas, é preciso tanta coisa que nem sei o que mais será preciso...

E de novo caminho...

Não sei o que é o presente mas sei que já não habito no passado... Por isso recua, recua tudo agora e compreenderás então que a brisa fresca, em dias de muito calor, me arrefece o rosto... que a sensação de vazio é pior quando, à noite, faz frio... que a ilusão dói mais que a desilusão... que não adianta ser rápido antes do tempo nem depois da oportunidade... que... que...

Que o sonho dura enquanto dura quem não o teme...

6 de maio de 2009

Uma pergunta apenas...

Se me visses partir olharias para trás?....

5 de maio de 2009

"Levanto-me, sacudo a areia que me inunda o colo, e avanço o suficiente para não ouvir o próximo sussurro."
Ao sentir Leonardo a afastar-se Mariana tira a venda do rosto... aproximasse dele e sussurra-lhe novamente ao ouvido. - Leonardo? Porque é que tens medo?
Leonardo olha-a penetrantemente, beija-a intensamente... - Tu não tens?...
Mariana sorri... abraça-o com força... - Não devemos de querer mais do que aquilo que já temos...
Leonardo acende um cigarro e vai-se embora...

4 de maio de 2009

Se há dias que me sinto cheia, há outros que me sinto bastante vazia... Hoje sou assim, apenas eu e as minhas entranhas...
Se há dias em que sinto tudo, há outros que não sinto absolutamente nada.... Hoje sou assim, apenas eu e o frio...
Preciso de matéria-prima, preciso de saber se o que sinto ainda sou eu... ou se é uma mudança, um crescimento, um envolvimento, um outro eu....
Quanto mais acompanhada me sinto, mais vontade tenho de estar sozinha...
Preciso tanto de espaço para respirar....
"(...) Não amo menos o homem, mas mais a Natureza..." Lord Byron

30 de abril de 2009

Pára, avança, recua,

Prende-me as mãos,

Agarra-me com força,

Empurra-me contra a parede,

Beija-me no pescoço,

Beija-me nos seios,

Faz amor comigo no chão,

Faz amor comigo no pátio,

Suga a tua amargura na minha...
Se houvesse um tempo eterno, esse tempo seria hoje, agora....

28 de abril de 2009

No início, achei-te rude, imponente e bruto.... depois o tempo foi passando... Houve dias que choveu, houve dias em que o sol não parou de brilhar... e o teu sorriso foi fincando diferente, a tua maneira de estar foi ficando mais leve... mais tarde, começaste a tentar descodificar-me... já não existem muitas pessoas que perdem tempo a tentar descodificar os outros... Vêem o reflexo da projecção e isso basta-lhes... Mas há sempre alguém que consegue marcar a diferença, ir aos limites mantendo a distancia... vi isso em ti... acho que era capaz de escrever um conto só de olhar para ti... roubas-me as pedras que carrego, roubas-me a minha falsa inocência... transformas os momentos em pequenas viagens que fazemos pelos pensamentos... Dás-me tranquilidade, pureza, música...

Depois vais-te embora e eu fico com medo, com medo de, em noites quentes de verão, ter frio... de tocar na tua pele e sentir calor... de olhar para ti e ver-me reflectida...

Por isso faço as malas e, todos os dias, parto de novo para de novo te ver chegar... arrumo, desarrumo vezes sem conta as malas. Pego, pouso, agarro, levo-as... não sei se quero partir ou chegar de novo... não sei se quero aproximar-me ou distanciar-me... não sei se os nossos caminhos se deveriam cruzar tão paralelamente...

Um segredo...Penetras-me com as palavras, despes-me com o olhar...
Sinto-me tranquila, sinto-me renovada, sinto-me leve...

Há muito tempo que não me sentia tão bem...

Todos os fantasmas do meu passado morreram... já não caminho com pedras na mão, guardei-as nos pensamentos distantes de uma vida longínqua...

Como explicar que a mudança aconteceu, que o presente curou as dores do passado pouco sorridente...

Que de novo emergimos... renovados... como a brisa fresca do vento...