17 de fevereiro de 2012

Fazíamos a mala e voávamos para um lado qualquer, porque dantes o lugar não importava. Eu passava-te a mão pelo rosto e tu sorrias e nada mais importava do que a simples vontade de sermos. Há dias, como hoje, em que me falta o ar e não sei onde arranjar água para lavar o rosto. 

Amor, que foi feito dos sonhos que construímos?! 

As tardes quentes que passamos a sonhar com a casa  que não temos, com as crianças que não ouvimos, com a horta que não cultivamos...

Mas nada disto é importante porque sei que as tuas mãos não me deixam cair mas e quando também tu perderes a força... 

Amor, estou cansada, estou tão cansada!!

Gente triste que não chora e pessoas que não sabem que a sorte lhes mora à porta... houve tempos em que quis sempre viver aqui, com orgulho, com esperança, com alegria e até mesmo com vontade... mas agora olho em volta e não sei mais onde mora o meu caminho... e teu.... e o nosso...

Ai Portugal, Portugal... a  que sabes tu?