26 de fevereiro de 2010

Fumo um cigarro e respiro de novo. O ciclo terminou. Começo de novo. Dou um passo para a frente e não recuo. Não olho sequer para trás. Continuo em frente. Fecho os olhos e já cheguei. Finalmente, cheguei. Estou em mim, longe do passado, a viver o presente, o meu presente. É cedo demais para a eternidade, é cedo demais para parar de caminhar. Um adeus ou um breve até já. A vontade de ganhar asas e voar. Preciso de mim, entendes? Preciso do tempo, de viajar, de ser eu em mim. Um lugar qualquer, num tempo distante, uma cama fria, uma cama vazia, uma luz apagada, uma fogueira acesa. Não deixarei de amar, não deixarei de sentir menos, apenas aceitarei os factos do que sou, do que me tornei. Oh minha gente, é de felicidade que vos quero falar, da busca que nos faz crescer, dos momentos que ficamos sem ar.... E as borboletas? Sim, já sinto borboletas no corpo... querem sair, querem voar. Oh minha gente, é tempo, é tempo de as libertar...

15 de fevereiro de 2010

Que estranho silêncio é esse que te gela por dentro, que não te deixa sentir os momentos que passaram, que te faz ficar imóvel, estático, sereno?
Prefiro chorar a ter que sentir isto. A ter que acreditar que te tornaste distante.
O passado, sempre a mesma merda do passado. Passado que vai e não volta. Passado que me corta as pernas e não me deixa caminhar.
Quero matar a minha vida. Quero procurar um outro eu, num outro lugar, começar tudo do início e esquecer que vivi tantos momentos perdidos. Esquecer o rosto dos homens que amei.
Fico cansada, sem vontade de me mover, sem vontade de continuar.
Porque sinto demasiado...
Porque não consigo andar para a frente sem recuar...

9 de fevereiro de 2010

Serei tudo o que quiserem que eu seja...
Serei a amiga que vos afaga as lágrimas do rosto. Serei a puta que chega a casa com a boca borrada de bâton. Serei a amante que vos faz vir. Serei a companhia que vos acaricia quando se sentem sós. Serei a mulher desprezível que vos usa e vos cospe na cara.
Os ciclos, os eternos ciclos da vida que giram em roda viva. Quisera eu ser uma pessoa comum mas sou feita de pedaços. Pedaços que vou juntado de mim própria.
Sempre assim, esta vontade enorme de estar onde não estou, a vontade de querer foder quem não amo e de amar quem me fode.
Sempre esta merda do ciclo, o ciclo que volta vezes sem conta ao ponto de partida. Querer partir sem voltar, e mesmo assim voltar.
E agora?
Ainda vais querer voltar?