17 de fevereiro de 2014

sempre à espera que o tempo mude,
ou mude o tempo
que o sol fique para sempre 
e que
os sonhos já não me tragam saudade

que os ventos mudem e tragam
o tempo
que nunca temos 
que nunca guardamos

acabar tudo e não ter tempo
para amar
para viver
para nunca ter tempo
nunca ter oportunidade

e os sonhos que não acabam 

o passado que nos compromete 

um tempo que nos esvazia 

e faz tempo que não tinha tempo de escrever
ou de sentir
ou de pensar
relembrar
entristecer 

a chuva que não pára e os dias cinzentos que não acabam

ter uma centena de ideias por falar e
ficar em silêncio

aqui sozinha 

parada por não caminhar mais

cansada 

R-E-P-E-T-I-T-I-V-A