28 de abril de 2009

No início, achei-te rude, imponente e bruto.... depois o tempo foi passando... Houve dias que choveu, houve dias em que o sol não parou de brilhar... e o teu sorriso foi fincando diferente, a tua maneira de estar foi ficando mais leve... mais tarde, começaste a tentar descodificar-me... já não existem muitas pessoas que perdem tempo a tentar descodificar os outros... Vêem o reflexo da projecção e isso basta-lhes... Mas há sempre alguém que consegue marcar a diferença, ir aos limites mantendo a distancia... vi isso em ti... acho que era capaz de escrever um conto só de olhar para ti... roubas-me as pedras que carrego, roubas-me a minha falsa inocência... transformas os momentos em pequenas viagens que fazemos pelos pensamentos... Dás-me tranquilidade, pureza, música...

Depois vais-te embora e eu fico com medo, com medo de, em noites quentes de verão, ter frio... de tocar na tua pele e sentir calor... de olhar para ti e ver-me reflectida...

Por isso faço as malas e, todos os dias, parto de novo para de novo te ver chegar... arrumo, desarrumo vezes sem conta as malas. Pego, pouso, agarro, levo-as... não sei se quero partir ou chegar de novo... não sei se quero aproximar-me ou distanciar-me... não sei se os nossos caminhos se deveriam cruzar tão paralelamente...

Um segredo...Penetras-me com as palavras, despes-me com o olhar...

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