3 de dezembro de 2010


Pai, estou velha e cansada. Cansada e velha. Levo a vida a lutar por uma luta perdida.
Tenho saudades, saudades pai... de adormecer no teu colo, de ver-te sorrir nos meus olhos. E, eu não sei nada pai. não me lembro da minha infância, mas lembro-me do teu braço junto do peito da mãe e os vossos braços a abraçarem-me. Lembro-me de correres atrás da mãe em tom de brincadeira e lembro-me dos risos que despoletavam em mim e na mana. E tenho saudades, saudades de não saber nada e não olhar para o futuro, de rir inocentemente, de brincar e brigar com a mana. Mas o tempo não volta para trás, não é pai? E agora sei que tudo é difícil, que mais valia mudar de profissão, comprar uma casa e casar-me... Mas não consigo, não consigo conceber-me como sociedade moldada aos olhos das pessoas normais. sabes do que me lembro muito bem?! De Caminha.... de tu e a mãe me dizerem para não pisar a lesma e eu a pisar na mesma só porque tudo tinha de ser ao contrário do que as pessoas me diziam. Já nesse tempo eu era assim, teimosa, incapaz de seguir as "leis" dos humanos. Ai que saudades, que saudades pai tenho de ser criança mas o tempo não volta para trás... E tu mãe... tens o sorriso mais lindo do mundo, mesmo quando choras e sorris depois. mas tu não sabes disso pois não, porque se soubesses sorrias sempre que as manhãs amanhecem em teus olhos. E o teu calor sabes quanta falta me faz? Adormecer junto a ti e sentir o teu calor, olhar para o teu rosto e ver o mar. Nunca desistas de mim, de ti, sei que por vezes o caminho é atribulado e que, muitas vezes, apanhamos curvas apertadas e buracos sinuosos mas não desistas.... tu ensinaste-me isso.

Não, não é uma despedida, é só uma vontade imensa de vos amar, de vos escrever no meu peito, de vos lembrar por cada dia que amanheço e não vos vejo...

27 de outubro de 2010


Tantas palavras para proferir e tão pouco ar para respirar. Uma vez postos à prova e acreditamos ser capazes de mudar o mundo... assim foi comigo. Descobri gente que não via, conheci culturas diferentes, abracei desconhecidos, senti-me sozinha, senti-me cheia, senti vontade de ficar e vontade de voltar e, por fim, voltei. Superei os meus medos ao querer continuar quente a teu lado, o teu rosto já não faz parte das minhas ausências. Deito-me nua junto a ti e sei que não irei sentir frio, que não irei, nem por um segundo, cair na apatia dos meus sonhos, na dureza da minha solidão constante. Vim cheia, cheia de certezas, de experiências para partilhar, de paz no coração, de sabores na bocas, de sons no ouvido, de cores no olhar, de realidades que custam a engolir. E tu estiveste sempre comigo, no meu bolso, no pequeno bolso que guardo do lado direito do peito. Meu amor, 'a vida é uma viagem, não um destino'....

13 de setembro de 2010

Quando dei por mim estava a caminhar sem olhar para trás, sem sequer ter memórias de um passado qualquer, sem sequer sentir o peso de um corpo sujo e cansado... continuei a caminhar, caminhei o mais rápido que pude, caminhei tanto tempo como pude e de repente lá estava eu com a cabeça enfiada no chuveiro. Estava muda, com o rosto molhado, paralisada, parada, como se o próprio silêncio me afogasse. Até hoje, não consigo descrever, não arranjo palavras suficientes para te completar. As letras não cabem nas palavras, as palavras não cabem nas frases, as frases não cabem nos livros, os livros não cabem na alma... Abraça-me como sempre me abraças sempre que tenho medo, tapa-me os olhos e a guia-me ao teus sonhos, somos hoje, somos agora, somos corpos suados abraçados na solidão da cama, somos quem queremos ser, quem queremos amar, somos almas perdidas em busca da fantasia....
"Ainda hoje o não sei explicar. A beleza, como o amor, são mistérios proibidos. Naquelas horas, a beleza e o amor eram simples. Nos nossos olhares, abriam-se caminhos para a beleza e para o amor. Eu olhava para ele no mesmo momento em que ele olhava para mim. Esse era o mistério, o milagre, o labirinto simples que usámos para nos conhecermos e para dizermos palavras de silêncio(...)" by José Luís Peixoto

13 de agosto de 2010

Viagens

Não sei se tinha sido a alegria de partir ou de recomeçar.... mas, finalmente, ela voltava a sorrir. De tantas batalhas, vitórias, derrotas, amores e desamores sentiu que o prazo de validade daquele lugar tinha expirado. Para trás tinha deixado o eterno vale encantado, lugar de gente com sonhos, de gente feliz com lágrimas, de gente que quer crescer e fica preso, de gente que luta mesmo sem alcançar, de gente que foge quando lhes tentamos agarrar o coração.... fica o sonho, amigos, fica só o sonho, o eterno sonho! O caminho não espera e a viagem é longa e assustadora mas valerá a pena! Afinal não se escreve apenas um diário de viagem, escrevem-se viagens de vida, de partidas tristes e chegadas perdidas...

9 de maio de 2010

- Não, não estas a perceber. Coisas desta nunca acontecem a pessoas como eu. Ele tocou-me percebes? Não sei quando aconteceu ou mesmo como aconteceu, mas aconteceu. Ele quis conhecer-me, saber quem sou, sentir as minhas dores e partilhar as dele comigo. Hoje em dias as pessoas já não querem saber de conhecer! Mas tenho medo, vou partir e se... não sei o que fazer... não sei por onde começar... não sei por onde terminar. Sinto-me uma garota inconsciente a pairar num tempo perdido, completamente afastada de uma realidade consciente. Tu não percebes, pois não? Na verdade, continuas a achar que as putas não se apaixonam!


- Não são as putas que não se apaixonam, são as pessoas que teimam em fugir à felicidade. Mas será que vais resistir à tua essência, aos teus desejos obsessivos de querer sempre sentir mais. E os teus homens? Vais conseguir abandoná-los, esquece-los, renega-los? Tens que concordar que uma puta é puta a vida toda.


- Quero que te fodas. Não quero saber o que pensas! Vou viver este momento, esperar por quem eu sei que vai aparecer para aquecer o meu leito. Vou abraça-lo, agarra-lo, lambe-lo, come-lo, penetra-lo. Vou entranhar o meu corpo nas vísceras dele.

20 de abril de 2010

- Levanta a merda do rosto. Limpa a merda das lágrimas e sorri pelo menos uma vez na vida. Todos nós temos dores que nos engolem o coração, todos nós temos histórias de vida para contar. Estou farta de te ver chorar, já não aguento o som do teu choro. Às vezes tenho tanta pena de ti que me sinto enojado. A tua falta de auto-estima dá-me náuseas! Porra... não podes querer ser infeliz para sempre, ninguém quer, ninguém consegue.
- Tu não compreendes, pois não?! Tu não compreendes que ninguém se apaixona por uma puta, que ninguém sente pena de uma puta. Tu não sabes o que é querer sair da gaiola e voar... querer andar para a frente e sentir o teu corpo a recuar cem vezes para trás. Por isso deixa-me chorar, deixa-me gritar enquanto ainda se ouve a minha voz, enquanto o meu corpo ainda se consegue mover. Guarda o teu nojo e as tuas náuseas para as putas que fodes. É delas que deves sentir pena, porque são putas e não o assumem. Eu não sou uma puta qualquer, sou uma puta convicta, sou uma puta com sentimentos, se é que me é permitido colocar-me neste estatuto. Estas farto do meu chorar? Eu estou farta de te carregar ao colo, do teu cheiro nauseabundo a álcool, dos teus pedidos de desculpa, das tuas más fodas, das tuas bofetadas, das tuas mãos sujas no corpo imundo... só quero que morras, só quero que te fodas... desaparece, desaparece para sempre...

13 de abril de 2010

- Fodasse, estás sempre a pensar nisso? Toda a gente tem coisas para resolver. A diferença é que uns vão vivendo e tentado resolver e outras deixam de viver porque não conseguem resolver. Fodasse, és uma puta, sabias disso? Bebes para esquecer e acabas por te embriagar nos prazeres carnais dos homens que só te querem para foder. Queres desaparecer e entregas-te às noites vadias para apagar a dor que sentes dentro de ti. Desprezas o teu corpo e mutilas a tua alma até que ela apodreça. És fraca e não tens força para o admitir.
- Só quero que não me julgues, que não me julguem. Não procuro amor! Procuro desejo, arrepio, conforto nos lugares escuros... Sou uma puta e tu nada tens com isso. Sou aquela que acorda na cama de homens perdidos sem sonhos, carentes de prazer, cansados do conforto. Não quero nem consigo sentir paixão ou desilusão, sou apenas um corpo, sou apenas um objecto de prazer. Tu não sabes o que é querer sentir, querer afastar-me da confusão e, ao mesmo tempo, procura-la em todos lugares que existo. Podemos mendigar amor, comprá-lo, recebe-lo de oferta, encontrá-lo na rua, mas nunca rouba-lo! É verdade, colecciono nomes de rostos em noites vagabundas e tu nada me poderás dizer. É verdade, tenho o corpo coberto de nódoas negras. Há uns que me acariciam mas muitos querem-me agarrar à força, empurrar contra uma parede e foder-me até sangrar. Esses são os homens meigos, aqueles que respeito!
- Odeio-te, odeio-te por te desprezares, por não sentires as tuas lágrimas a desfazerem-se no grito perturbante do teu silêncio. Olha o teu rosto, olha o teu corpo, consegues visualiza-los? Consegues ver as marcas que esses perversos te deixam? Sempre a mesma merda de sempre, achas que se foderes vais sentir menos, achas que vais deixar de sentir. Pensas que encontraste a forma perfeita de te punires pela compaixão que não consegues sentir, pelas relações que não consegues estabelecer. Grita quando tiveres que sorrir, sorri quando tiveres que chorar, não tenhas vergonha, a fraqueza faz parte. Esquece a solidão dos dias vazios, dos lugares dispersos, fica onde estás ... e não deixes que eles te suguem até à morte...

10 de abril de 2010

Estranha mutilação.
Um corpo é apenas um corpo.
Vontade de o quer sujar, destruir, consumir, desgastar, saciar. Querer afastar a procura da esperançar e o prazer carnal da penetração. A mais pura e crua verdade reside no desejo atento dos olhos cansados que observam. Qual o nosso caminho, será que realmente temos um caminho ou o caminho é apenas uma motivação? Será mesmo que existe um lugar ou o lugar que procuramos é apenas este onde estamos. Tristes daqueles que julgam conhecerem-nos sem terem uma ideia de si próprios, dão-nos uma mão e com a outra empurram-nos para o abismo. Seres carentes que não aceitam o calor de um sorriso, a leveza de um toque, a pureza de um beijo inocente. Quanto mais dou mais vontade tenho de perder, de me perder, de me esquecer. Sou a confidente... sou mão tremula, sou corpo dorido, sou escape, sou lufada de ar fresco, sou fantasia... mas nunca serei opção!

9 de abril de 2010

Era o lugar que a entristecia, que a empurra para o fundo do poço. Achava as pessoas estranhas e não conseguia perceber que, no fundo, ela é que se sentia estranha naquele lugar. Os rostos que via já não eram os mesmos rostos a que estava habituada. Sentia-se sozinha, abandonada, esquecida na imensidão do mundo. Procurava mil formas de inventar o tempo de descanso e acabava por adormecer no sofá frio da casa. Sempre a mesma casa, que revelava memórias esquecidas, momentos vividos, rostos apagados para sempre. Queria acreditar que era possível concretizar os sonhos, que era possível transformar lugares feios em vales encantados, que era possível sonhar contos de fadas...

3 de abril de 2010

Dentro de mim sei que não me despedi dele. Dentro de mim sei que as palavras não foram suficientes. Sou tempo perdido e oportunidade desperdiçada. Rosto caído sobre o teu corpo. Sou criança perdida no labirinto.
Acaricia-me apenas um pouco mais...

24 de março de 2010

No meu íntimo, não sei porque mas não consigo perceber... que o desejo sempre vêm antes da vontade , que o tempo sempre vêm antes da saudade. A realidade é confusa, difusa e, por vezes, cruel... Quisera eu encontrar caminhos com saída em vez de estradas de alcatrão.
Subitamente faz falta o que vai cá dentro!
Apenas a oportunidade de poder pairar sobre as coisas sem medo da queda ou sem sequer pensar na queda é um momento de liberdade, é o meu momento. Ninguém sabe o que é ter medo do presente, ninguém sabe o que é ter medo de cair na primeira tentativa de voou. Quero estar sempre assim. Sim, assim, tranquila mas ciente das minhas dores e das minhas fraquezas. A tua mão no meu rosto e o teu sorriso fazem-me querer continuar a sonhar que podemos ser felizes, um dia, qualquer dia, algures, aqui ou ali.
Sorrio para ti...

21 de março de 2010

E porque hoje é o Dia Mundial da Poesia...
"um dia quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços. a tua pele será talvez
demasiado bela.
e a luz compreenderá a impossível
compreensão do amor.
um dia, quando a chuva secar
na memória, quando o inverno for
tão distante,
quando o frio responder devagar com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo (...)"

11 de março de 2010

DELETE... RESTORE... O ponto de saturação!!! Sustento a respiração, faltam apenas escassos momentos!
E a vida? Já alguma vez se questionaram sobre a vida, sobre o seu conteúdo?
Seres magníficos que vivem na escuridão e não buscam a luz.
Será a vida os momentos que respiramos ou os momentos que ficamos sem ar ou os momentos de prazer carnal? Não será a vida as energias que trocamos, os suores que se entrelaçam, os olhares que se penetram, os sorrisos que se retribuem, as noites vagabundas que desejamos congelar. Quero a vida sempre assim... Onde quer que estejas, quem quer que sejas, o que quer que faças, eu serei sempre assim... vagabunda da noite escura que te entrelaça as mãos à volta do peito e te suga de amor. E, de repente, morri!! Não sei despedir-me, não sei permanecer na cama de quem me fode, não sei esquecer que foi sonho destemido de quem vive atormentado.
Apago a luz, imagino todas as vidas possíveis que podia viver, imagino todas as pessoas possíveis que podia ser, imagino todos os caminhos possíveis que podia seguir e não consigo parar a obsessão constante dos meus pensamentos furtivos. Dói-me o corpo de foder sem amar, dói-me o coração de gostar sem sentir, dói-me a vista de olhar sem tocar, dói-me as pernas de caminhar sem destino, dói-me a boca de beijar sem penetrar. Que loucura. Sim, que loucura as noites vagabundas que me deitam ao chão e me adormecem de corpo vazio...

4 de março de 2010

Meus homens, afinal tenhais razão. Que posso eu querer de vós, seres envelhecidos, de corações destroçados? Serei nova, serei tão nova quanto posso ser e viverei de forma intensa. Não, não preciso de ter vergonha, de me esconder, de ser má para o mundo, de ser cruel comigo própria, apenas terei de assumir o que sou. E vós? Seres abundantes de sabedoria e ausentes de amor, perdidos à procura da vossa própria essência, olhai-vos ao espelho, vedes no que vos tornaste? É verdade. Não preciso de homens que me aquecem a alma, de homens que me fodem até ao orgasmo, de homens que me querem fazer crer que sou especial. Eu sou especial, idêntica a mim própria. Sou o grito penetrante do eterno sorriso fatal. E vós homens, o que sereis? Talvez seres de mãos rugosas, de corações vazios, de vidas gastas. Não quero, realmente não quero. Não quero partilhar com vós a minha juventude, a minha inocência, a minha criancice, o meu sorriso, o meu eterno sorriso.
Sereis, pois, velhos demais para mim e eu serei, pois, nova demais para vós.

26 de fevereiro de 2010

Fumo um cigarro e respiro de novo. O ciclo terminou. Começo de novo. Dou um passo para a frente e não recuo. Não olho sequer para trás. Continuo em frente. Fecho os olhos e já cheguei. Finalmente, cheguei. Estou em mim, longe do passado, a viver o presente, o meu presente. É cedo demais para a eternidade, é cedo demais para parar de caminhar. Um adeus ou um breve até já. A vontade de ganhar asas e voar. Preciso de mim, entendes? Preciso do tempo, de viajar, de ser eu em mim. Um lugar qualquer, num tempo distante, uma cama fria, uma cama vazia, uma luz apagada, uma fogueira acesa. Não deixarei de amar, não deixarei de sentir menos, apenas aceitarei os factos do que sou, do que me tornei. Oh minha gente, é de felicidade que vos quero falar, da busca que nos faz crescer, dos momentos que ficamos sem ar.... E as borboletas? Sim, já sinto borboletas no corpo... querem sair, querem voar. Oh minha gente, é tempo, é tempo de as libertar...

15 de fevereiro de 2010

Que estranho silêncio é esse que te gela por dentro, que não te deixa sentir os momentos que passaram, que te faz ficar imóvel, estático, sereno?
Prefiro chorar a ter que sentir isto. A ter que acreditar que te tornaste distante.
O passado, sempre a mesma merda do passado. Passado que vai e não volta. Passado que me corta as pernas e não me deixa caminhar.
Quero matar a minha vida. Quero procurar um outro eu, num outro lugar, começar tudo do início e esquecer que vivi tantos momentos perdidos. Esquecer o rosto dos homens que amei.
Fico cansada, sem vontade de me mover, sem vontade de continuar.
Porque sinto demasiado...
Porque não consigo andar para a frente sem recuar...

9 de fevereiro de 2010

Serei tudo o que quiserem que eu seja...
Serei a amiga que vos afaga as lágrimas do rosto. Serei a puta que chega a casa com a boca borrada de bâton. Serei a amante que vos faz vir. Serei a companhia que vos acaricia quando se sentem sós. Serei a mulher desprezível que vos usa e vos cospe na cara.
Os ciclos, os eternos ciclos da vida que giram em roda viva. Quisera eu ser uma pessoa comum mas sou feita de pedaços. Pedaços que vou juntado de mim própria.
Sempre assim, esta vontade enorme de estar onde não estou, a vontade de querer foder quem não amo e de amar quem me fode.
Sempre esta merda do ciclo, o ciclo que volta vezes sem conta ao ponto de partida. Querer partir sem voltar, e mesmo assim voltar.
E agora?
Ainda vais querer voltar?

27 de janeiro de 2010

Havia noites assim. Noites em que ela não conseguia dormir. Noites em que sozinha chorava no silêncio... Noites em que, acendia um cigarro e, ficava com medo de se arrepender do presente, com medo de ficar só, com medo de não conseguir voltar a acreditar, com medo de vê-lo partir sem lhe dizer adeus...
Um motivo, apenas um motivo para desistir, era tudo o ela queria...
Naquela noite, pensou mil vezes no que ele lhe tinha dito e sabia que, de uma certa forma, havia algum sentido nas suas palavras...
Gerir sentimentos, nunca tinha sido o seu forte...
Então decidiu adormecer os sentimentos...
Fechou os olhos e esqueceu. Esqueceu a saudade, a vontade de abraçar, de começar tudo de novo, de beijar, de amar, de partilhar os sorrisos, os eternos sorrisos...

26 de janeiro de 2010

Olho para ti, vejo o teu rosto sujo, cansado de chorar.... mas não sei como te consolar. Acho que consolar é difícil, por isso acabamos por dizer sempre as mesmas palavras.
És minha irmã, sabias? Aliás, és mais do que isso, és o meu outro lado e quando ele chora, eu choro com ele. Queria tanto puder pegar na tua dor e torná-la minha...
Não deixes que a desilusão te prenda os movimento, não deixes que a mágoa te impeça de voltar a acreditar, não deixes que a dor que vai cá dentro te gele o coração... corres o risco de congelar, tal como uma criança nascida na chuva...
A vida tem tanto para nos mostrar, tem tanto para nos dar e nós, seres insaciáveis e insatisfeitos, limitamo-nos a sufocar com becos sem saída.
Vêm! Dá-me a tua mão, deixa-me guiar-te, mostrar-te que a vida é muito mais do que aquilo que pensamos conseguir alcançar.
Doer é crescer...

21 de janeiro de 2010

Silêncio...
Amor é poesia sussurrada ao ouvido de quem se sente só... tristes daqueles que não têm a capacidade de amar porque o amor é um lugar aconchegado...
Um segredo?
Cada pancada que levo é mais um pouco que vou crescendo. Chegará o dia em que já não sentirei dor, apenas vontade de crescer, mais e mais e ainda mais...
Não serei mais esperança de quem tem medo de caminhar, não serei mais cor na vida de quem vive no escuro, serei apenas eu. Eu e a minha solidão, eu e as minhas alegrias, eu e as minhas dores, eu e os meus sorrisos, eu e a minha eterna vontade de viver...
Vejo-me ao espelho e recordo as horas gastas a fazer amor, as palavras ditas em momentos de contemplação, o teu corpo despido junto do meu, o toque dos teus lábios no meu corpo triste...
Serás sempre assim, bocados de céu perdidos algures num tempo feliz...

9 de janeiro de 2010

Gosto, gosto muito mas... não posso ficar...
Pior que o não é a indiferença...
Quero ficar, em mim, fechada numa concha, esquecida no fundo do mar. Que venham as ondas levar-me para terras longínquas, on
de possa esquecer o teu rosto, onde possa esquecer a tua pouca vontade de ficar.
A viagem? A eterna vontade de viajar?
De curar o que o tempo não cura?
Será que o nosso coração fica frio cada vez que um de nós parte?