Viajar na música, viajar pelo mundo, conhecer pessoas, respirar o ar puro do verde campo, escrever poesia, amar o momento, amar as pessoas... Observar os movimentos, pintar o tempo, descrever as sensações, sentir as emoções...
28 de abril de 2011
Penso na casa antiga
onde brincava quando era criança,
mas depois os meus pais separaram-se,
o sol escondeu-se
e a velha casa chorou.
Até hoje a velha casa sorri
quando na rua passo por ela.
Depois descobri o campo
e percebi o valor da velha
casa antiga.
Agora vou de metro,
pessoas saem,
pessoas entram,
deslocam-se em rebanho
mas não estou no campo.
Um dia, irei ser velha e continuarei
a passar pela casa antiga,
que em tempos me trouxe alegrias.
Lembrar-me-ei, certamente,
das memórias que sei que guardas de mim...
e feliz abraçar-te-ei até que a
minha alma caia no fim dos dias...
19 de abril de 2011
tenho a roupa molhada
troquei de cadeira porque a outra parecia mais confortável
as sandálias escorregam na calçada
tens medo da vida?
Quero ser abraçada porque ultimamente os meus amigos não me abraçam
Desliguei o leitor de dvd e a televisão e a ventoinha parou
Quero ter sorte, porque ultimamente não tenho tido
Sim… já tirei a roupa e vesti o casaco, vou lá para fora
Limpar a alma
E sujar os pés na lama
Está a chover, sabias?
E eu que fui de sandálias…
A janela do telhado estava aberta e a chuva entrou
O círculo ficou molhado
E depois eu troquei de roupa porque os meus amigos já não me
abraçam
Queres dançar?
Espera um pouco eu visto a roupa e tiro as sandálias
Está a chover, sabias?
9 de abril de 2011
sempre que vos ouvir cantar para mim canções de embalar, mergulharei no meu silêncio. Debaixo do chuveiro poderei ouvir a rebentação do mar...
seus filho da puta,
não me poderão nunca calar,
não poderão nunca comer a nossa revolta,
enchem o cú com o dinheiro dos pobres e
ainda se riem quando lhes dão uma barraca.
Há gente desumana que não sabe o que é a fome,
gente que não sabe o que é comer na miséria,
que não sabe o que custa trabalhar por sobrevivência...
Podem vir mas eu não estarei cá,
mergulharei no meu silêncio,
não me poderão nunca calar....
Tenho vergonha do meu país
mas mesmo assim não quero desistir,
quero fazer-lhe respiração boca a boca,
e renasce-lo outra vez,
ressuscita-lo tantas vezes quanto possíveis,
e abarca-lo como toda a gente quer...
seus filho da puta,
não me poderão nunca calar,
não poderão nunca comer a nossa revolta,
enchem o cú com o dinheiro dos pobres e
ainda se riem quando lhes dão uma barraca.
Há gente desumana que não sabe o que é a fome,
gente que não sabe o que é comer na miséria,
que não sabe o que custa trabalhar por sobrevivência...
Podem vir mas eu não estarei cá,
mergulharei no meu silêncio,
não me poderão nunca calar....
Porcos, imundos, doentes e atrasados que não sabem que a vida custa para quem vive de esperança...
Tenho vergonha do meu país
mas mesmo assim não quero desistir,
quero fazer-lhe respiração boca a boca,
e renasce-lo outra vez,
ressuscita-lo tantas vezes quanto possíveis,
e abarca-lo como toda a gente quer...
Quero gritar até que a voz me doa,
porque a mim ninguém me cala:
PORTUGAL,
é hora de sermos portugueses...
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