fujo de casa e compro um quintal,
compro um mapa para me perder,
levo sapatos altos vermelhos para caminhar descalça,
fumo um cigarro e parto-o em dois limões,
tiro o chapéu e mostro-vos o meu peito,
cada qual tem o seu descanso,
mas eu cá repouso na esperança,
tiro as meias e calço os sapatos,
sonho contigo quando estás aqui.
E o Alentejo ainda guarda a nossa casa,
a moradia velha,
pintada de branco com contornos azuis,
tem lareira e terraço de madeira,
sofá preto e móveis vermelhos.
Tira os sapatos,
calça antes os meus pés,
vou vestir os meus collants pretos e
caminhar na calçada do chão,
apanhar o eléctrico amarelo
e sair no castelo dos sonhos perdidos.
E depois chovia e o sol brilhava,
eu andava nua na praia
e tu tinhas os sapatos calçados,
vestiste-me umas meias
e ataste-me os atacadores amarelos
e eu fugi para apanhar o eléctrico.
2 comentários:
não tem porque ficar na gaveta ... embora âs vezes a tentação seja maior que a atenção.
adorei :)
surreal!
brutal!
muito fixe.
beijo dos grandes
e ela foge , foge, e foge...
run anita run!
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