14 de fevereiro de 2011


Sempre que te vejo partir fico com o coração apertado
os dias passam a ser vazios
a chuva voltou
e com ela 
o frio
agora vêm os dias sempre iguais
as mil buscas por dia
a minha ausência nos passeios 
das ruas
estou bebida, ressacada
quero partir
ir para onde ninguém me possa
encontrar 
perdida
a chorar sobre o esmorecido
e de tudo isto,
resta-me apenas o teu sorriso
de cada vez que te vejo chegar.


1 comentário:

João Sousa disse...

tenho estado, nos últimos minutos, a ler o teu blog como há muito não o fazia. qualquer estratégia é boa quando se quer aproximar de alguém todos os dias, e que não está fisicamente.
já me tinha esquecido do quanto gosto do que escreves, como escreves.
perdeste, entretanto, algumas características da tua escrita, mas ganhaste tantas outras q não consigo enumerar.
qualquer, assim como quem não quer a coisa (mas até quer), devias compilar os textos dos últimos 12 a 13 meses, selecionar, modelar, dar-lhes vida.
lê-los num conjunto conexo e disconexo ao mesmo tempo daria tanto prazer, ou mais, que ler um livro - daqueles que a chegar ao fim nos voltamos para a capa e nos questionamos sobre a realidade do que se acabou de passar (questionando a própria essência da natureza da nossa vida ... enquanto seres individuais, enquanto seres que procuram quebrar grades que não sabemos quem criou)

há muito de existencialismo na tua escrita. identifico-me muito com a força, agressividade, clareza, sinteses, metáforas, diálogos internos, obscenidades, calmarias e tormentos, questões e ataques directos à eterna dúvida do que é o absurdo que esconde o amor. acredito na escrita como uma fuga e ao mesmo tempo uma busca com eternos resultados de encontro - connosco, com outros (como o sei bem se è assim), com a vida, com a morte, com o amor, com a dúvida, com a felicidade momentanea do cheiro de um corpo quente que desejamos sentir ao longo de uma noite. a tua escrita tem isto tudo! e mais... sempre mais...
lindo. tao puro. e tao lindo ...
...