Nada para dizer... que fazer?

Pois é... bem sei que abandonei o meu blog...

É estranho... não tenho nada para dizer...

Por isso resta-me deixar-vos uma música...

A música dos tempos pelos quais estou a passar...

Sim, porque para mim todos os tempos tem música...

Para ti... quem quer que sejas... onde quer que estejas...

"todo o amor do mundo não foi suficiente porque o amor não serve de nada. ficaram só os papéis e a tristeza, ficou só a amargura e a cinza dos cigarros e da morte. os domingos e as noites que passámos a fazer planos não foram suficientes e foram demasiados porque hoje são como sangue no teu rosto, são como lágrimas. sei que nos amámos muito e um dia, quando já não te encontrar em cada instante, em cada hora, não irei negar isso. não irei negar nunca que te amei. nem mesmo quando estiver deitada, nua, sobre os lençóis de outro e ele me obrigar a dizer que o amo antes de o foder."

by josé luís peixoto

Beja... guardo-te no coração!!!

A minha despedida de Beja não foi fácil, para trás deixei muitos amigos, amantes, um trabalho, uma família... sim, as pessoas com quem trabalhei fizeram a minha pequena família de Beja. Agora tudo volta a ser como dantes... mas eu não esqueço... nunca esquecerei o que vivi com todos vocês, um por um... guardo os momentos do meu lado esquerdo do peito....

Por isso, dedico-vos um texto que li em Beja, de alguém (não sei o nome) que escreveu sobre Beja...

" (...) É fácil gostar do Alentejo quando se sabe que o resto do mundo existe. Porque, para todo o lado, vão sempre connosco a planície e o céu aberto. E os tons do anoitecer que nos acompanham nas caminhadas pelo parque, onde se andarmos em silêncio se conseguem ouvir as rãs. Memórias vazias acompanham o passo... É também a preguiça que leva algumas pessoas a dizer que em Beja não se passa nada. Foi sempre assim, há gente que faz, para outros que teimam em não aparecer. E nós às vezes também não aparecemos, porque Beja empurra e agarra, cansa e farta. Não conseguem viver o Alentejo porque tem na cabeça os nervos da vida numa grande cidade. Se calhar é assim em toda a parte, mas eu continuo a preferir o Alentejo. (...)"

A ti, minha querida amiga...

Existe apenas uma idade para sermos felizes,

apenas uma época da vida de cada pessoa em

que é possível sonhar, fazer planos, e ter energia

suficiente para os realizar apesar de todas as

dificuldades e obstáculos. Uma só idade para nos

encontrarmos com a vida, para vivermos

apaixonadamente e aproveitarmos tudo com

toda a intensidade e sem medo e sem culpa de

sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar

e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança,

vestirmo-nos com todas as cores, experimentar todos

os sabores e entregarmo-nos a todos os amores sem

preconceitos nem pudor. Tempo de entusiasmo e

coragem em que todo o desafio é mais um convite

à luta que enfrentamos com toda a disposição de

tentar algo novo e de novo quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se Presente

e tem a duração do instante que passa...

by Mário Quintana

Dedico-te um poema que tu própria me dedicas-te e que sinto de forma recíproca. Para ti, por estares a meu lado, por me dares a tua a amizade, por não me deixares cair na escuridão das noites vagabundas...

Obrigado!!!

Hoje é o primeiro dia...

A princípio é simples anda-se sozinho

passa-se nas ruas bem devagarinho

está-se bem no silêncio e no borborinho

bebe-se as certezas num copo de vinho

e vem-nos à memória uma frase batida

hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo

dá-se a volta ao medo e dá-se a volta ao mundo

diz-se do passado que está moribundo

bebe-se o alento num copo sem fundo

e vem-nos à memória uma frase batida

hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito

entra-se cansado e sai-se refeito

luta-se por tudo o que se leva a peito

bebe-se e come-se se alguém nos diz bom proveito

e vem-nos à memória uma frase batida

hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vem cansaços e o corpo fraqueja

molha-se para dentro e já pouco sobeja

pede-se o descanso por curto que seja

apagam-se dúvidas num mar de cerveja

e vem-nos à memória uma frase batida

hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E enfim duma escolha faz-se um desafio

enfrenta-se a vida de fio a pavio

navega-se sem mar sem vela ou navio

bebe-se a coragem até dum copo vazio

e vem-nos à memória uma frase batida

hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Entretanto o tempo fez cinza da brasa

outra maré cheia virá da maré vaza

nasce um novo dia e no braço outra asa

brinda-se aos amores com o vinho da casa

e vem-nos à memória uma frase batida

hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

by Sérgio Godinho

Mim

"(...) Cá estou eu, outra vez, cá estou eu, cá estou eu,

na escuridão, outra vez,

À beira do nada,

Ganha-se tempo,

Mas perde-se luz,

Eu acordo como sonho,

Já não sonho,

Não tenho sonhos,

Atravessei um rio,

Mas perde-se tempo.

A minha vida a preto e branco a passar de trás para a frente.

Faz aquilo que queres, é essa a única lei.

O amor é a lei, o amor submetido ao querer.

Não sinto nada, nada.

Não sinto nada. (...)"

Frases soltas de Sarah Kane

uma enorme tristeza dentro de mim... é tudo que sinto...

Sinto-me uma espécie de palhaça!

Carrego a minha trouxa pelas estradas que percorrem o mundo,

ando quase sempre sozinha,

não permaneço muito tempo no mesmo sitio,

dou um pouco de alegria às pessoas,

visto-me com umas roupas largas, estranhas e coloridas e faço o mesmo espectáculo vezes sem conta...

mas no fundo sou apenas alguém...

um pouco triste...

um pouco solitário...

Há quem diga que ando refugiada do mundo...