29 de outubro de 2008

Boca do Mundo

Se a chama chega,
E ninguém chega à chama
De que vale arder?
Se o barco parte sem velas,
De que serve a maré?
Não se mostra o trajecto
A quem parte para se perder
Não se dá boleia
A quem precisa de ir a pé
E é como quando pensas que estás a chegar
E não deste um passo
Onde estou, nada mais pode crescer
Eu sou assim, uma fénix a arder
São só os meus erros, é toda a minha culpa
Hoje até o ar anda cansado
Preciso de um enigma
Para pôr fim ao propor
Não sei o que me deu, não costumo estar assim
Desço a rua que passa, rente à boca do mundo
Sinto a vida que passa
E os rumores que circulam na boca do mundo
Onde estou, nada mais pode crescer
E é tudo o que faço
E é todo o meu cansaço
Por fim, por fim...
Sinto a vida que passa
Na boca do mundo, não se sabe quem é quem...

28 de outubro de 2008

O que passa cá dentro vai e vem com o tempo...

Tem passado tanta coisa cá dentro...
Uma fusão de sentimentos ao mesmo tempo que uma confusão de emoções....
É um querer e não querer, é um ir e voltar, é um ficar e partir, é um tudo e um nada...
Desde que me "mataste" que já não fazes parte dos meus sonhos esquecidos, no entanto, dou comigo a pensar em ti acordada...
Fazes-me tanta falta!!!!
Será que foi um adeus ou uma despedida? Será que vai e vem com o tempo? Será que volta? Quem sabe o amanhã?

25 de outubro de 2008

As cores de Frida Kahlo

Desassossego pela noite fora...

Por fim o sol nasce...

Oito da manhã, um mercado colorido junto a um castelo...

É apenas um mercado pequeno como todos os outros, mas tem magia, uma certa magia... Situado junto ao castelo, abundam as cores, os cheiros, a simpatia e humildade dos vendedores… Mais à frente consigo ver um Alentejo imenso.... ao nascer do sol tudo fica mais claro! Parecia um quadro de Frida Kahlo. Por momentos apetecia-me chorar.... como é possível haver coisas tão simples e bonitas... Porque não damos nós valor aos pequenos pormenores? Porque desvalorizamos o nosso país?

ESTE É O MEU PAÍS…. ESTA É A MINHA TERRA….

23 de outubro de 2008

Em busca do sol escondido...

Quanto mais descobrimos de nós mesmos, mais coisas simples começamos a descobrir... É tão bom... puder usufruir da nossa própria companhia e sentirmo-nos bem... Hoje peguei em mim e fui atrás do sol... aparentemente uma coisa simples mas no fundo preencheu-me o vazio do frio que fazia cá dentro...
A dor que passa cá dentro vem e vai com o tempo. Se volta? Se fica? Quem sabe o amanhã?

Assim vejo a vida...

18 de outubro de 2008

Sinto o que sinto sem sentir que realmente sinto...

Meu Alentejo...

Beja...
Aqui me encontro eu, no meu desassossego desassossegado... O meu profundo Alentejo...
Inquieta, perversa, suja, penetrante, orgásmica, bonita, fascinante, vadia, maravilhosa, bela... Assim é esta pequena grande cidade.
Aqui, perco a noção de tempo, o limite de espaço, o sentido de orientação... aqui sinto-me livre. Livre dos meus medos, livre da imposição do tempo, livre dos momentos, simplesmente LIVRE... e vou voando sem medo da queda, sem medo do infinito, sem medo desta ingrata condição de ser humano.
Por vezes, quero tanto acreditar que sou um pássaro, que acredito mesmo!!
Este tem sido o meu desassossego constante, a inquietude de uma alma perdida num espaço vazio. Já não sei se dói mais a indiferença ou a piedosa impotência que sinto pelo amor.... Que parvoíce!!! Como se o amor me comovesse....
Às vezes não sabemos o verdadeiro significado daquilo que nos invade....