27 de janeiro de 2010

Havia noites assim. Noites em que ela não conseguia dormir. Noites em que sozinha chorava no silêncio... Noites em que, acendia um cigarro e, ficava com medo de se arrepender do presente, com medo de ficar só, com medo de não conseguir voltar a acreditar, com medo de vê-lo partir sem lhe dizer adeus...
Um motivo, apenas um motivo para desistir, era tudo o ela queria...
Naquela noite, pensou mil vezes no que ele lhe tinha dito e sabia que, de uma certa forma, havia algum sentido nas suas palavras...
Gerir sentimentos, nunca tinha sido o seu forte...
Então decidiu adormecer os sentimentos...
Fechou os olhos e esqueceu. Esqueceu a saudade, a vontade de abraçar, de começar tudo de novo, de beijar, de amar, de partilhar os sorrisos, os eternos sorrisos...

26 de janeiro de 2010

Olho para ti, vejo o teu rosto sujo, cansado de chorar.... mas não sei como te consolar. Acho que consolar é difícil, por isso acabamos por dizer sempre as mesmas palavras.
És minha irmã, sabias? Aliás, és mais do que isso, és o meu outro lado e quando ele chora, eu choro com ele. Queria tanto puder pegar na tua dor e torná-la minha...
Não deixes que a desilusão te prenda os movimento, não deixes que a mágoa te impeça de voltar a acreditar, não deixes que a dor que vai cá dentro te gele o coração... corres o risco de congelar, tal como uma criança nascida na chuva...
A vida tem tanto para nos mostrar, tem tanto para nos dar e nós, seres insaciáveis e insatisfeitos, limitamo-nos a sufocar com becos sem saída.
Vêm! Dá-me a tua mão, deixa-me guiar-te, mostrar-te que a vida é muito mais do que aquilo que pensamos conseguir alcançar.
Doer é crescer...

21 de janeiro de 2010

Silêncio...
Amor é poesia sussurrada ao ouvido de quem se sente só... tristes daqueles que não têm a capacidade de amar porque o amor é um lugar aconchegado...
Um segredo?
Cada pancada que levo é mais um pouco que vou crescendo. Chegará o dia em que já não sentirei dor, apenas vontade de crescer, mais e mais e ainda mais...
Não serei mais esperança de quem tem medo de caminhar, não serei mais cor na vida de quem vive no escuro, serei apenas eu. Eu e a minha solidão, eu e as minhas alegrias, eu e as minhas dores, eu e os meus sorrisos, eu e a minha eterna vontade de viver...
Vejo-me ao espelho e recordo as horas gastas a fazer amor, as palavras ditas em momentos de contemplação, o teu corpo despido junto do meu, o toque dos teus lábios no meu corpo triste...
Serás sempre assim, bocados de céu perdidos algures num tempo feliz...

9 de janeiro de 2010

Gosto, gosto muito mas... não posso ficar...
Pior que o não é a indiferença...
Quero ficar, em mim, fechada numa concha, esquecida no fundo do mar. Que venham as ondas levar-me para terras longínquas, on
de possa esquecer o teu rosto, onde possa esquecer a tua pouca vontade de ficar.
A viagem? A eterna vontade de viajar?
De curar o que o tempo não cura?
Será que o nosso coração fica frio cada vez que um de nós parte?