Fazíamos a mala e voávamos para um lado qualquer, porque dantes o lugar não importava. Eu passava-te a mão pelo rosto e tu sorrias e nada mais importava do que a simples vontade de sermos. Há dias, como hoje, em que me falta o ar e não sei onde arranjar água para lavar o rosto.
Amor, que foi feito dos sonhos que construímos?!
As tardes quentes que passamos a sonhar com a casa que não temos, com as crianças que não ouvimos, com a horta que não cultivamos...
Mas nada disto é importante porque sei que as tuas mãos não me deixam cair mas e quando também tu perderes a força...
Amor, estou cansada, estou tão cansada!!
Gente triste que não chora e pessoas que não sabem que a sorte lhes mora à porta... houve tempos em que quis sempre viver aqui, com orgulho, com esperança, com alegria e até mesmo com vontade... mas agora olho em volta e não sei mais onde mora o meu caminho... e teu.... e o nosso...
Ai Portugal, Portugal... a que sabes tu?