Acordas às duas da manhã e procuras os braços quentes que, tantas vezes, descasam, durante a noite, sob a nudez do teu corpo. Sabes que já não estão lá e mesmo assim continuas a sonhar com isso. Porque continuas à procurar? Não te cansas? Nunca te cansas? Às vezes, sei que te perguntas se o passado pode voltar ao presente, se os momentos podem ser revividos, se o tempo nunca anda para frente enquanto está parado. Depois fumas um cigarro e tentas-te convencer que mereces mais do que aquilo que tens e sabes que não queres ficar ali parada, imóvel quando vierem as noites frias de Inverno. Pousas, de novo, a cabeça na almofada e só queres que seja de manhã para não te sentires gelada, pensas que o sol vai chegar e que tu nunca mais vais ter frio à noite. Queres tanto acreditar que esqueceste que consegues mesmo não sentir nada, ser fria ao ponto de desprezar. Depois dormes umas horas e achas que vai passar porque acreditas que o tempo passa rápido e que a dor desaparece. Só queres ser feliz mas achas que é pedir demasiado! Eu sei, sei que pedes que te abracem quando chove, que te beijem quando os teus lábios suam, que não te abandonem à noite...mas, acredita, que não é demasiado.
Tantas vezes imploras para que não façam amor contigo...
... nem hoje, nem amanhã...